Ele tinha desistido do amor e de encontros mais vazios que pacote de batata Rufles. Dizia que ia focar na carreira e fazer uns cursos, mas era só frustração mesmo. Mais uma dessas desculpas que a gente inventa pra nós mesmos quando não queremos encarar a realidade.
“Isso não vai durar, daqui duas semanas ele vai estar marcando encontros novamente.” Era o que seu melhor amigo dizia. Mas ele realmente resolveu dar um tempo das curtidas de fotos de meninas no Instagram e comentários em posts aleatórios.
Comprou um curso online de um programa que precisava para o trabalho e que estava enrolando por meses e redirecionou seu foco. Havia jogado pra escanteio a vida amorosa. Depois que terminou seu último namoro parecia praga, nenhum date dava certo. Teve o pneu que furou e fez ele chegar suado e atrasado. Teve o outro dia que ficou preso no trânsito… Essa era sua sina, encontros fracassados ou ficadas de uma noite.
Ele queria mais… Como não tinha, caiu de cabeça no trabalho.
Era só mais uma quinta e ele decidiu matar o tempo em frente ao sofá depois de quase duas horas de videoaulas e exercícios. Na tevê passava uma novela que ele não sabia quem eram os personagens. Enquanto tentava descobrir quem era o vilão e quem era o mocinho, seu celular piscou com uma notificação do aplicativo de paqueras. Era um de seus matchs perdidos que resolveu aparecer. Quase a personificação de um “Oi sumido”, porém escondido atrás de um: “Quanto tempo!” e perguntando como ele estava.
Ele estava surpreso, isso sim! Nem se lembrava mais dela. Mas falar assim seria desnecessário. Jogou a culpa na correria do trabalho, o que não era de todo mentira e perguntou como ela estava. Mais por educação do que por interesse.
E entre “Estou bem”, “Como passou os últimos dias?” e “Têm planos pro fim de semana?” marcaram de sair no sábado. O papo com ela tinha sido tão leve que ele resolveu dar uma chance ao acaso.
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