Na adolescência a gente acha que tudo é o último, mesmo sendo o primeiro.
O primeiro amor é o amor da vida, o primeiro emprego é onde iremos ser gerente daqui a alguns poucos anos e aposentar no fim da vida.
Quem dera fosse...
Mas é que nem sempre é assim. Alguns “primeiros “são introdutórios, alguns passageiros e alguns até podem ser pra sempre.
É engraçado como a gente acha que no início de tudo, quando abrem-se as cortinas pra vida, quando o palco de uma jornada inteira pela frente ainda está em fase de construção. É tudo pra ontem!
Seja ela breve ou não, intensa ou não, o imediatismo tem esse gosto de vinte anos.
Aí o tempo passa e ri na sua cara, assim como quem diz: “Eu já sabia!” ou “Eu te avisei!”
E aquela que parecia ser a última vez, era só a primeira de muitas. Seja ela pra coisas boas ou ruins e a gente enxerga a geração seguinte, nossos filhos, sobrinhos cometendo os mesmos erros e vem aquele desejo de gritar: “Calma!” “Vai devagar!” “Ainda tem muito pra viver.” As mesmas frases que gritaram pra gente em um passado não tão distante assim. As mesmas frases que gritaram e a gente não escutou.
Não escutou porque o barulho da juventude, desse imediatismo, era alto demais, intenso demais, gostoso demais.
Penso que a vida seja essa eterna dança das cadeiras onde ora se está em pé, ora sentado. Mas sempre se está no jogo, vivendo...
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