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SÃO PAULO É TERRA DE DOIDO?

Foto do escritor: Jeff RibeiroJeff Ribeiro

Me lembro da primeira vez que caminhei pela paulista. Voltava de uma entrevista de emprego, recém mudado para a terra da garoa.

 

Na "beca", todo engravatado e os "caralho". Me sentindo importante por estar em uma das maiores avenidas do país.


Não demorou muito para eu perceber que turismo na paulista (apesar de não ser turista, eu me comportava como um) é gente apressada, empurra-empurra e roubo de celular. Senti saudade das ruas calmas de minas, dos amigos em prosa sentados na guia e dos bares com mesa enferrujada e cerveja estupidamente gelada. Aliás, por aqui ninguém usa essa expressão: estupidamente gelada. Mais uma para minha lista de lembranças.


Senti falta de um monte de coisa. Mas era só solidão de quem não tinha mais a casa dos pais e café com pão de queijo.


Com isso não quero minimizar meus próprios sentimentos, e sim maximizar meus sonhos. Minas Gerais hoje é meu porto seguro, aonde volto para reencontrar minhas origens.


Mas meu lar é São Paulo, essa cidade doida que eu aprendi a amar.

Essa amante malvada que me bate com seu trânsito caótico depois das cinco da tarde, logo que começa o programa do Datena, e com seus semáforos que param de funcionar ao menor sinal de chuva. Essa terra invertida que não se pode parar à esquerda na escada do metrô, que se orgulha de nunca dormir.


Esse lugar movido a correria e pizzarias abertas 24 horas virou minha casa. E apesar da saudade dos pães de queijo de mamãe, é aqui que eu escolhi ficar. Pode ser loucura, mas quem não é louco em São Paulo?

 
 
 

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© 2024 por Jefferson Ribeiro
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