São tantas vírgulas confundidas com pontos finais que nunca se sabe a hora de ir ou quando é só retomar o fôlego e seguir.
Nosso amor barulhento, feito risadas em praça de alimentação aos domingos ficou mudo, feito silêncio de elevador. Aquele quando entra o cara de terno do andar de cima ou a vizinha da frente atrasada pra levar o filho à escola.
Com a gente foi igual, depois do bom dia educado e do sorriso amarelo, não sobra nada.
A soma entre eu e você perdeu uma das variáveis e fiquei preso dentro de uma equação incompleta.
Dia desses passei em frente nossa padaria, aquela onde tomávamos café aos sábados de manhã ou em todos os outros dias que acordávamos com desejo de croissant com cappuccino. Estava fechada, assim como as caixas de suas coisas que embalo pois vira buscar no fim da tarde.
Mais um fim que terei que aprender a lidar.
Tenho esperanças que estejamos errados e esse ponto final seja apenas uma vírgula, mas não!
Realmente preciso aceitar, você se foi e é melhor assim. Repito até me convencer.
A parte mais difícil do amor é aceitar as pontuações corretas.
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