
O riso já não era igual, na verdade nem riso tinha. Assim como o sexo, só uma lembrança.
Separados pelo muro de almofadas.
No sofá era cada um de um lado. Ela se cansou de tanta indiferença. Ele chorou, mas aceitou. Não podia negar os fatos. Ela parecia forte, decidida. Ele ficou desolado, mas no amor é assim. Nunca se sabe o que cada coração esconde.
Promessas de que está bem nunca trazem a verdade consigo. Mascaram a dolorida realidade, foi o fim entre eles.
Em uma dessas coincidências que mais parecem o acaso querendo brincar com a dor alheia, ele conheceu uma moça que morava no mesmo bairro da ex. Marcaram de encontrar em uma padaria depois do expediente. Por precaução marcou do outro lado da cidade. Mas quando o destino quer, não tem quem dê jeito.
Eles se encontraram.
Ela estava sozinha, queria comer um pão quentinho, achou melhor variar dos lugares que ia com ele. E veja só, deu de cara com quem menos esperava. Lá estava ele, gargalhando. Ela tinha se esquecido do desenho de seus lábios. Descobriu que ele ainda era capaz de sorrir, só não com ela.
Doeu, foi embora, sem os pãezinhos e sem certeza de mais nada.
Foi ela quem quis terminar, mas e agora? Porque toda essa pressão no peito, esse incomodo?
Tem horas que um amor cura outro, tem horas que só bagunça.
Difícil saber quem é quem.
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