Pode ser lido ouvindo “Eu não sei na verdade quem eu sou” do Teatro Mágico
Eu me lembro da primeira vez que eu comi um pizza na vida. Eu devia ter uns cinco ou seis anos. Não me recordo ao certo a idade, mas não me esqueço de nenhum detalhe. Era uma pizzaria grande, estava cheia, acho que assim como meu pai todos os demais pais de nossa cidade no interior de Minas tiveram a mesma ideia de levar seus filhos pra comer fora. Eu olhava encantado pro lugar: o cheiro, o forno à lenha, os garçons todos com a mesma roupa, os lustres no teto e os pratos chiques de louça branca iguais os que tinham na casa da minha tia rica.
Enquanto eu comia a pizza, que era meia muçarela e meia calabresa eu ficava vendo as pessoas sentadas à mesa conversando, sorrindo e queria saber o que estavam pensando, do que ou quem estavam falando... Eu até daria um pedaço da minha pizza de calabresa (pois a de muçarela eu não abro mão) pra saber quais assuntos eram capazes de preencher aquele espaço com sorrisos e os sons das vozes se misturando no ar.
Dia desses me sentei em uma cafeteria para escrever uma de minhas crônicas como sempre faço, tinha uma ideia de texto pronta em minha mente.
Mas vi algo que mudou o rumo das palavras.
O casal da mesa ao lado estava claramente em um date.
Estou aqui, pensando! Será também que fiz alguém rir levemente assim em um encontro. Agora fica a vontade de descobrir...