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ANATOMIA DE UMA PAIXÃO

Foto do escritor: Jeff RibeiroJeff Ribeiro

Segunda feita acordo com um amargo na boca, não tem café com bolacha que dê jeito. Sinto um gosto de pilha na boca. Lamento sua ausência e suas reclamações de como odeia segundas feiras. Fico lembrando de quando começamos a sair, das brincadeiras e dos risos que se perderam em meio as brigas.


Minha terapeuta não aguenta mais ouvir sobre você, mas falar é minha forma de não te esquecer, manter viva a relação que foi morrendo dia após dia.


Não foi você e nem eu. E por mais clichê que seja essa frase, no nosso caso é verdade. Tentamos de todas as formas, mas nosso amor que começou vibrante como uma orquídea, terminou seco como um cacto. Até os cactos quando muito regados morrem.


Dia desses peguei meu celular e enquanto relia nossas mensagens trocadas em noites apaixonadas me sinto um estranho, não parece o tipo de coisa que eu diria, e acho que foi aí que a gente se perdeu.


Lágrimas escorrem pela tela em alto brilho, traçando a anatomia da nossa paixão. Beijos apressados pela manhã, amassos no banho quando a função soneca não gritava nosso atraso. Mensagens bobas no decorrer do dia e um café ao fim de tarde.


Nossas tentativas frustradas de Master Chef ou nossos corpos entrelaçados, largados no sofá. Mas em algum ponto traçamos um mundo só nosso, dois estranhos no mesmo quarto.


Sinto um aperto só de lembrar, sei que ainda existe sentimento, mas é que nos tornamos algo que não podem ser somados, o nosso “nós” morreu.


Ficou entre saudade e lamento.


Nem tudo são flores, e quando são, pode ser que seja cacto. Ai já viu. Muita agua também mata uma planta.

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