“Vamos ver! Mas então... Vamos por essa casa em ordem?” Disse Regina mudando de assunto. Ela odiava todo esse papo de pensar positivo de Juliana. Pra ela a vida era prática. E vindo de origem simples como a dela ela sentia que sua amiga não entendia os perrengues que ela passava.
As amigaram ficaram até quase nove da noite tirando coisas de caixas, arrumando em prateleiras.
“Acho que agora falta pouco Rê. Amanhã eu consigo terminar. Obrigado demais! Vamos tomar um chope? Eu pago!”
“Eu até queria, mas o Ronaldo está me esperando em casa, já fiquei a tarde toda fora.”
“Tudo bem, então. A gente se vê na semana?”
“Acho que sim, preciso ver pois estou saindo pra entregar alguns currículos e a Paula ficou de me conseguir uma entrevista na empresa dela na terça ou na quarta.”
“A Paula sua cunhada?”
“Sim, ela mesma. Nunca fui muito com a cara dela, mas acho que eu estava errada. Ela foi uma das poucas que se propôs a me ajudar.”
“Viu só? São nesses momentos que mais nos surpreendemos com as pessoas.”
“Sim, mas agora vou indo, a gente se fala amiga.”
“Tá bom. Beijos e se cuida.”
“Você também.”
Enquanto pegava o elevador e se dirigia até a saída Regina se viu sentindo inveja da amiga. Em como a vida dela era fácil. Mesmo depois de uma separação, dinheiro não era problema. Sua amiga deixou a casa pro marido no acordo de separação, saiu com uma boa grana e alugou um apartamento numa das melhores localizações da cidade. Enquanto ela estava na correria enviando uns duzentos currículos por dia pra tentar arrumar algum emprego que pagasse o mínimo pra conseguir sobreviver em um apartamento da periferia da cidade.
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